Há algum tempo
atrás, surdos congênitos eram tratados como se tivessem algum retardo mental, sendo
incapazes de compreender o mundo ao seu redor. Hoje, através do avanço da ciência
e da língua de sinais, sabemos que um deficiente auditivo é somente uma pessoa que
tem um bloqueio que a impede de escutar. A forma de raciocinar é bem parecida com
a de uma pessoa sem a deficiência. Porém, naturalmente, esse raciocínio se dá de
uma maneira diferente, de acordo com suas limitações.
A linguagem de
sinais é essencial para a aprendizagem do indivíduo surdo, principalmente no
período pré-escolar. Quando ela é ensinada, uma estrutura cognitiva é formada,
possibilitando que ele crie um tipo de linguagem. Ao adquiri-la, o deficiente
auditivo começa a associar as imagens, sinais, gestos, formas e leitura labial
à linguagem convencional. É assim que eles pensam. Mas eles estão cientes que a
língua pensada não é português ou qualquer outra. É uma língua própria. Formando
um pensamento muito mais complexo do que aqueles que escutam. Abaixo um texto de uma pessoa surda, quando
questionada a respeito de seus sonhos:
“Quando eu tenho
sonhos, estou sempre ouvindo e posso entender o Inglês perfeitamente. Eu
acredito que a linguagem dentro dos meus sonhos não é real, é como se eu
fizesse a minha própria língua, mas que identifiquei como Inglês. O movimento
da boca das palavras é como na vida real (eu leio lábios muito bem) e é impossível
que as vozes sejam semelhantes à linguagem da vida real. Acho que é realmente
interessante… É como se eu soubesse o que é estar ouvindo.“
É importante
ressaltar que a linguagem gestual, no
caso do Brasil, LIBRAS (Língua Brasileira de sinais), contribui para a comunicação entre surdos, que passam a se ver
como uma comunidade, dando um grande passo para a inclusão social.
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