quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Fonoaudiologia e o aleitamento materno

O aleitamento materno é a maneira adequada, natural e eficiente de oferecer os nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento do bebê.
O toque, o calor corporal, o contato visual e auditivo, de mãe e filho, que a amamentação propicia constituem importante estimulação afetiva e cognitiva.
A função de sucção do bebê, coordenada com a respiração e deglutição, promove um adequado crescimento e desenvolvimento craniofacial, suas estruturas e funções. Estimula adequadamente a tonicidade muscular, o amadurecimento da articulação temporomandibular e a promoção de condições oclusais e dentárias favoráveis.
As estruturas envolvidas no ato de sugar serão as mesmas estruturas utilizadas mais tarde para desenvolvimento de fala e mastigação.
O papel do fonoaudiólogo no aleitamento materno é proporcionar ao recém-nascido uma alimentação segura, funcional e prazerosa. 



 VANTAGENS DA AMAMENTAÇÃO
  • O leite materno é o alimento mais completo que existe para o bebê.
  • Faz economia para o orçamento familiar
  • Protege o bebê da maioria de doenças
  • Está sempre pronto, a qualquer hora ou lugar
  • Transmite amor e carinho, fortalecendo laços entre a mãe e o bebê
  • Protege a mãe da perda de sangue em grande quantidade depois do parto
  • Protege a mãe de anemia porque impede a menstruação
  • A amamentação diminui as chances de a mãe ter câncer de mama e de ovário

Fonte: 
BECK, Ana Maria de Oliveira; ASSUNCAO, Karine de Oliveira; BARBOSA, Lisiane de Rosa  and  GOMES, Erissandra. Influência do ambiente hospitalar nos aspectos relacionados ao aleitamento materno. Rev. soc. bras. fonoaudiol. [online]. 2012, vol.17, n.4, pp. 464-468. ISSN 1982-0232.  http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342012000400017. 

Promoção do aleitamento materno - Senac/SP

 

quinta-feira, 18 de setembro de 2014


A fonoaudiologia e o câncer!

O Oncoguia conversou com Juliana Portas, Fonoaudiologia, Especialista em Voz e Motricidade Oral em Oncologia, do Grupo de Apoio Oncológico (GAO) e realizaram em site a seguinte entrevista:



 De que forma o fonoaudiólogo pode ajudar durante o tratamento com câncer? Em quais tratamentos esse profissional é indicado?
O fonoaudiólogo é o profissional responsável pela comunicação, tanto a fala quanto a audição, e pela deglutição (ato de engolir líquidos e alimentos). Durante todo o processo oncológico, antes, durante e após o tratamento alguns pacientes podem apresentar alterações em qualquer destas funções. Compete ao fonoaudiólogo especialista saber avaliar, diagnosticar e identificar o momento de intervenção para o auxílio desses pacientes. Muitas vezes é necessário realizar uma avaliação antes do tratamento oncológico, seja ele por radioterapia, quimioterapia ou cirurgia.

Durante o tratamento de quais tipos de câncer, o paciente poderá procurar o auxílio do fonoaudiólogo?
As alterações de comunicação e de deglutição podem se manifestar em diversos tipos de câncer, os mais comuns são aqueles que se localizam na região da cabeça e do pescoço e no sistema nervoso central, por exemplo, cérebro. Alguns tipos de linfomas, tumores de pulmão e de mama são menos comuns, porém, podem acarretar alterações dessas funções. Lembrando que não apenas o tipo de câncer interfere na comunicação ou deglutição, também as diferentes formas de tratamento podem provocar essas alterações.
Por outro lado a presença de sonda de alimentação e de traqueostomia podem dificultar a deglutição do paciente. Desta forma, independente da localização do câncer, o paciente pode sentir dificuldade na fala ou na deglutição, pois estas são funções que dependem diretamente do bem estar físico, emocional e psíquico do indivíduo.

As alterações de fala, voz e de deglutição (passagem do alimento da boca ao estômago) podem ocorrer por diversas causas, de que maneira o profissional pode ajudar nesse sentido?
As alterações de fala e voz mais comuns são: dificuldade em emitir o som de algumas letras, de articular bem as palavras, rouquidão, voz fraca, muito fina ou grossa, esforço, cansaço ao falar e dificuldade para ser entendido pelos outros. Já na alimentação encontramos diversas manifestações como dificuldade de ingerir líquidos ou sólidos, tosses e engasgos freqüentes, falta de ar ao se alimentar, saída de líquidos pelo nariz entre outras. O papel do fonoaudiólogo é reabilitar, ou readaptar as funções alteradas, facilitando o dia a dia do paciente oncológico. Entretanto, há algumas manifestações silenciosas que não causam desconforto ao paciente durante a alimentação, estas, mesmo que imperceptíveis podem trazer vários riscos a saúde, dificultar o diagnóstico e retardar a procura por tratamento adequado. Nestes casos o fonoaudiólogo deve avaliar o paciente e se necessário indicar a realização de exames complementares que auxiliarão no correto diagnóstico.

Quais são os principais objetivos do tratamento com o fonoaudiólogo?
Restabelecer a comunicação e a alimentação do paciente da forma mais rápida e segura, reinseri-lo na sociedade como comunicador e adaptado às situações de alimentação promovendo bem-estar físico, emocional, social e profissional melhorando, assim, sua qualidade de vida.

Quando o paciente deve procurar um fonoaudiólogo?
Sempre que sentir dificuldade em sua comunicação, seja na voz ou na fala ou audição. Sempre que apresentar engasgos ou qualquer dificuldade na deglutição dos líquidos e alimentos. Se precisar de avaliação videofluoroscópica ou videoendoscópica da deglutição. Se estiver em uso de sondas para alimentação e de traqueostomia, o paciente deve conversar com seu médico para realizar uma avaliação fonoaudiológica.

Quais são os efeitos que a cirurgia pode ocasionar ao paciente? E a radioterapia?
Os efeitos na comunicação e na deglutição podem variar conforme a localização do câncer, sua extensão e o tipo de tratamento realizado. Em linhas gerais, as cirurgias na região de cabeça e pescoço podem comprometer a integridade dos órgãos da fala e da deglutição como lábios, língua, laringe e palato, desta forma, prejudicar sua função correta. A radioterapia associada ou não a quimioterapia pode trazer edema local, rigidez de musculatura, alteração da sensibilidade entre outras sequelas, que ocasionarão alterações na fala e na deglutição do paciente.

Conte-nos a respeito do trabalho do GAO?
O Grupo de Apoio Oncológico (GAO) foi fundado em 2008 por profissionais mestres e doutores da área da saúde especializados em oncologia, que atuam na área clínica e acadêmica com enfoque em prevenção, suporte e reabilitação do paciente oncológico.

O grupo atua de forma interdisciplinar, nas áreas de fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição, odontologia e psicologia. Oferece atendimento diferenciado aos pacientes e conta com a integração entre as especialidades, desta forma oferece um suporte completo ao paciente oncológico e aos seus familiares.

fonte da entrevista: http://www.oncoguia.org.br/site/print.php?cat=55&id=2226&menu=54
fonte da imagem: http://www.vivianemarques.com.br/empresa.html

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

A fonoaudiologia na vida de pacientes com fissuras

                Em 2013, foi apresentado no portal G1 e no programa Bem Estar, da rede Globo uma reportagem sobre pacientes que possuem fissura Labiopalatina. A reportagem aborda o caso de Alysson hoje com 18 anos e de como é a sua rotina no Centrinho de Bauru (Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais de Bauru). A reportagem trata também sobre a importância da Fonoaudiologia na vida desses pacientes.

                Segue abaixo a reportagem e o link para ver o vídeo do programa.

Centrinho de Bauru, SP, é referência nacional em cirurgia de fissurados
Hospital faz por ano cerca de 4 mil operações, que são cobertas pelo SUS.
Tratamento pode durar vários anos, mas resultados são surpreendentes.

                O Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais de Bauru, o Centrinho de Bauru (SP), completou 46 anos de fundação em 2013 e, neste período, se especializou, entre outros tratamentos, nas fissuras labiopalatinas.
                O hospital, ligado à Universidade de São Paulo (USP), recebe pacientes de todo o país e, por ano, realiza em média 4 mil cirurgias de fissuras labiopalatinas. O tratamento, considerado referência nacional, é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 
                As fissuras são uma má formação que podem acometer o lábio até a gengiva. As fendas mais complexas atingem também o palato, ou "céu da boca", o que pode comprometer a estética, a dentição, a audição e a fala do paciente. Segundo os especialistas, o ideal é que as crianças façam a primeira cirurgia plástica para o fechamento do lábio com três meses de idade.
                Mas só a cirurgia não basta. Por isso, os atendimentos odontológicos e as sessões de fonoaudiologia também oferecidos pelo Centrinho são fundamentais para a evolução dos pacientes. E os resultados são surpreendentes.
                É o caso do estudante Alysson Carvalho de Paula, que nasceu com fissura labiopalatina. Com poucos dias de vida, a família, que morava no Espírito Santo, procurou atendimento no Centrinho. E o tratamento multidisciplinar ao longo dos anos, que inclui cirurgias plásticas e odontológicas, além de sessões de fonoaudiologia, garantiu qualidade de vida ao estudante que cursa engenharia elétrica.
                Hoje com 18 anos, Alysson ainda é paciente e sabe que ficará mais alguns anos no Centrinho em tratamento odontológico e para mais algumas cirurgias, uma no nariz e outra ortognática (para ajustes no maxilar). “Está acabando, tem mais uns quatro ou cinco anos, mas graças ao tratamento do Centrinho hoje eu tenho uma qualidade de vida excelente. Não tenho do que reclamar, minha vida é perfeita”, diz o estudante.
                A escrevente judicial Keila Berbes, que veio de Minas Gerais para acompanhar a filha de quatro meses que nasceu com fissura, também aposta na excelência do Centrinho. “A gente chega aqui achando que o caso do seu filho é especial e único, mas descobre que é bem comum e que o problema não é tão grande. É um tratamento longo, mas o final é 100% positivo”, diz Keila.

Tratamento em evolução

                O médico Marcos Lupércio Novo Silva, cirurgião plástico do Centrinho, diz que o hospital, durante os anos, vem se especializando para agilizar o tratamento e diminuir o tempo de internação. “Anos atrás, um paciente com fissura bilateral a gente operava um lado e depois o outro. Hoje não se faz mais isso e a gente já fecha tudo de uma vez”, explica Lupércio.
                
                Em outra frente, a equipe de fonoaudiólogos trabalha para aperfeiçoar a fala dos pacientes que passaram por cirurgias. "Nenhuma cirurgia é capaz de corrigir sons, cabe aos fonoaudiólogos trabalhar junto ao paciente, fonema por fonema, para modificar a codificação que esse paciente desenvolveu numa idade bem precoce", diz a fonoaudióloga Maria Cristina Zimmermann.



Programa Bem Estar




Fonte:
http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2013/07/centrinho-de-bauru-sp-e-referencia-nacional-em-cirurgia-de-fissurados.html
http://globotv.globo.com/rede-globo/bem-estar/

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Esclerose Lateral Amiotrófica e a Fonoaudiologia


Nessa altura, qualquer um que acesse as redes sociais deve saber do que se trata o #IceBucketChallenge ou #DesafioDoBaldeDeGelo. A ideia é arrecadar fundos para a ALS Association, organização que financia pesquisas sobre pacientes com esclerose lateral amiotrófica, doença que ficou mundialmente conhecida após Famosos como Mark Zuckerberg, Bill Gates, Cristiano Ronaldo, Justin Timberlake, Jennifer Lopes e Lady publicarem vídeos desafiando amigos a doar U$ 100 ou jogar a água gelada na cabeça. Quem aderiu, tem feito os dois. E deu certo. Muito certo. Segundos os organizadores mais de US$ 100 milhões foram arrecadados.
"A palavra gratidão não é o bastante para expressar o que estamos sentindo neste momento", declarou Barbara Newhouse, presidente da ALS.

Sobre a ELA
A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é provocada pela degeneração progressiva no primeiro neurônio motor superior no cérebro e no segundo neurônio motor inferior na medula espinhal. Esses neurônios são células nervosas especializadas que, ao perderem a capacidade de transmitir os impulsos nervosos, dão origem à doença.

A incidência da esclerose lateral amiotrófica é de dois para cada 100 mil pessoas. Não tem cura, não se conhece a causa e a expectativa de vida é variável: alguns vivem com qualidade de vida por mais alguns anos. No entanto, o físico inglês Stephen William Hawking, 72 anos, convive com a doença há décadas.

Na fonoaudiologia
O objetivo é a manutenção das funções orais ligadas à fala, voz e deglutição. Durante a evolução da ELA, ocorre uma disfunção da musculatura orofaringolaringeal e da musculatura respiratória, devido a degeneração dos neurônios motores do trato corticobulbar, resultando em queixas de disartria, dispnéia, disfonia e disfagia.

A Disartria (alteração na expressão verbal causada por uma alteração no controle muscular dos mecanismos da fala) compromete a produção oral que é o nosso principal meio de comunicação, qualquer alteração na emissão dos sons da fala representa não somente perdas físicas, mas sociais e emocionais, deixando a parte o convívio familiar e social. A implementação de Comunicação Alternativa é fundamental para manter o paciente interagindo com seus familiares e as pessoas que o cercam.

A Disfagia é preocupante, deve ser avaliada e tratada para não ocasionar problemas secundários como a desnutrição, desidratação e complicações pulmonares. As mudanças na consistência dos alimentos é uma das estratégias do fonoaudiólogo para que o paciente continue se alimentando por via oral de forma segura. Saber o momento certo de sugerir uma via de alimentação alternativa é fator primordial para manter o paciente longe de pneumonias aspirativas em decorrência de alimentação via oral ineficiente quanto à proteção de vias aéreas inferiores.

A demora na realização do diagnóstico impossibilita a monitorização dos sinais e sintomas apresentados e as condutas necessárias a cada estágio, fator que agrava a disfagia e compromete a sobrevida e a qualidade de vida do paciente.

O desafio continua..
A versão brasileira surgiu há pouco tempo, após Andreza Diaferia Kuhlmann, diretora da Associação Pró-Cura da ELA pedir para alguns famosos divulgarem a campanha. Ivete Sangalo, Fátima Bernardes, Neymar são alguns dos artistas que entraram na brincadeira. A instituição brasileira tem atualmente duas mil pessoas associadas entre pacientes, familiares, cuidadores e profissionais da saúde. Qualquer ajuda é bem vinda.

OS DADOS PARA QUEM QUISER CONTRIBUIR:
ASSOCIAÇÃO PRÓ-CURA DA ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA-ELA
CNPJ – 18.989.225/0001-88
Banco – Bradesco (237)
Agência – 2962-9
Conta Corrente – 2988-2

Fonte:
http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/08/desafio-do-balde-de-gelo-arrecada-mais-de-us-100-milhoes.html
http://divirta-se.uai.com.br/app/noticia/mexerico/2014/08/18/noticia_mexerico,158470/celebridades-do-brasil-e-do-mundo-tomam-banho-de-gelo-em-campanha-soli.shtml
http://falandosobreela.blogspot.com.br/2012/10/atuacao-fonoaudiologica-na-esclerose.html
http://drauziovarella.com.br/letras/e/esclerose-lateral-amiotrofica-ela/